Intergalactica
Wednesday, July 07, 2004
  Sou do Leste, sou do Oeste, sou do Norte e sou do Sul. Choro de emoção com o canto das vozes búlgaras, deixo a lágrima escorrer para dentro da cerveja ao som de um canto celta, arrepio-me de emoção a ouvir as vozes melancólicas do imenso norte gelado e rebento num pranto de arrepiante felicidade sempre que ouço um possante coro alentejano. 
  Argumento para uma banda sonora
Apetece-me voar, sinto-me a sobrevoar devagar num parapente a olhar os campos imensos do Alentejo na Primavera, faço um voo rasante pela ponte sobre o Tejo e movo-me em voo picado sobre os campos geométricos do Ribatejo, sigo o percurso do Tejo e bebo um largo trago de água para ganhar forças para atravessar a imensa e seca Castela espanhola para só deter numa fonte fresquinha dos Pirinéus. Sobrevoo a imensa planície francesa, digo bonjour a Paris, pairo um pouco sobre os campos geométricos de Inglaterra e dou comigo a sobrevoar falésias na Irlanda, a dizer olá às flores dos Açores, a sobrevoar Nova Iorque, a dizer vou ali e já volto que estou com pressa de chegar, passou sobre o rio, digo olá ao Corcovado, sobrevoo com respeito os templos incas com o sol nas cotas e vou até aos confins da Terra do Fogo. Daí rumo mais a sul, dou um passou-bem aos pinguins e faço zigue-zague. Aterro de hidroavião nas prais da Polinésia francesa, cubro-me de flores e de beijos de lindas nativas. Voltou a fazer-me ao Atlântico, faço uma careta ao Adamastor, sinto o quentinho dos ares do Pacífico e dou comigo ainda no ar aos pulos acompanhando a corrida dos cangurus na Austrália e num impulso dou comigo no meio de um campo de árvores de flores brancas rodeado de geishas no Japão. Bebo um saké e levanto vou, mando beijinhos do ar a Timor e as saudades da minha planície levam-me a sobrevoar as planuras da Mongólia. Paro numa festa e danço ao lado de uma fogueira dançando com beldades em trajes tradicionais, ao longe os cavalos a gozarem a liberdade do imenso espaço aberto. Levantou mais uma vez voo, toco no topo da catedral de São Petersburgo para me dar sorte, sinto a brisa fresquinha dos fiordes noruegueses, dou um beijo de raspão na Sereia de Copenhaga, sigo ao longo da costa do mar do Norte, levanto voo digo adeus aos pinhais da Alemanha, subo e desço voando e acompanhando o recorte das montanhas dos Alpes e caio quentinho no Mediterrâneo de onde lentamente vou boiando até Sagres o ponto de partida e de chegada do sonho. Seco-me e de um salto estou espraiado numa imensa eira no Alentejo, o meu sonho mais real.

Voices - Dario G
Ball - Underworld
John Cale / Brian Eno - Spinning Away
Suede - Still Life
Divine Comedy - The Certainty of Chance
All Saints - Pure Shoes

 
World Vision

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