Intergalactica
Monday, November 24, 2003
  Os Tugas

Não me revejo na designação, aliás detesto-a. Mas nos últimos tempos, uma franja significativa da nossa população lusitana auto-intitula-se orgulhosamente tuga, não português, mas sim portuga. O vulgo tuga seria assim um descendente de Viriato sem ter cumprido a escolaridade obrigatória. Mas o nosso orgulhoso tuga tem escolaridade – obrigatória ou não, não vem aqui para o caso. O tuga na versão mais popular vai aos jogos de futebol, lambuza-se em bifanas escorrendo gordura, emborca cerveja, chama cabrão ao árbitro e ouve anedotas do Fernando Rocha, um comediante do caralho!! O Tuga na versão mais sofisticada vai para a Sierra Nevada, é beto, usa mocassin e pullover bordeaux, despreza os espanhóis e quando bêbado entoa cânticos tugas, não tanto para se divertir mas para enervar os nuestros hermanos. Há tugas nas equipas de futebol, uns rapazes divertidos que celebram efusivamente as suas vitórias escaqueirando tudo à sua volta e conquistando com isso a admiração do resto da Tugalândia que lhes desculpa as diabruras – ser assim brutinho é coisa que fica bem a qualquer tuga. Mas fica mesmo mal a um português que se preze. Os tuga são assim uma espécie de versão grunha dos portugueses. O Alberto João Jardim é um exemplo perfeito de um tuga – malcriado, inconveniente, intolerante, afascistado e dado à pinga. O Paulo Pires é decididamemte português – bem educado e com bom aspecto. Valentim Loureiro é decididamente tuga. Herman José parecia ser português mas está a ficar cada vez mais tuga. Pinto da Costa tem uma particularidade espantosa – consegue reunir tuga e tripeiro num só, o que só podia dar merda. Manuel Maria Carrilho, tem pinta, sabe falar e divagar (às vezes divaga de mais, mais isso é coisa de filósofo) e é decididamente português. O Sócrates também é português, é pena não ter desenvolvido bem o dom da palavra. Joaquim Bastinhas pertence a esse raça muito característica que são os tugas marialvas. Mário Soares é decididamente português. Os tugas andam agora a redescobrir o mundo. Há tugas a comprar aldeamentos que fazem questão de alugar e vender só a tugas – que lhes faça bom proveito – e há tugas cada vez mais a passar férias em Cuba, tugas têm como passatempo favorito fugir ao fisco e sacar gajas (parafraseando a Voxx). O tuga é assim uma espécie de macho latino sem o charme de um francês ou de um italiano. Uma versão atarracada do português, um homúnculo de comportamemto primitivo. Em suma, uma desgraça. Ao que chegamos quando uma percentagem grande da população portuguesa se revê na designação tuga.
 
Thursday, November 13, 2003
  Portugal não existe!

O senhor Américo morreu no corredor do hospital onde se encontrava há vários dias em virtude de uma forte corrente de ar.
A senhora Idalina, para não ficar anos na lista de espera foi mandada para ser submetida a uma intervenção cirúrgica em Barcelona e enfiaram a pobre senhora numa ambulância para uma viagem de 14 horas.
O senhor Carlos foi mandado directamente dos cuidados intensivos do hospital para casa, depois de aí ter estado internado em virtude de uma crise cardíaca. Como seria de esperar, não durou mais de sete horas vivo.
O senhor Manuel sofreu uma queda, dirigiu-se ao hospital, que estava tudo bem, sentiu-se mal e quando voltou ao hospital foi para lá morrer.
O menino Tony tem que ser submetido a uma intervenção às amígdalas e adenóides e a solução para não ter que esperar um ano seria ir a um médico particular que cobra 3.500 euros. Em Espanha, uma operação igual num hospital privado para crianças custa 500 e poucos euros.

Podem dizer que isso também pode acontecer noutros países, mas porra, é neste que vivemos!


 
  Airports, fast cars, Tokyo lights, datastream, airports, Concorde, open air, trance, fast cars, moving neon pictures, motorways, rave parties, arms up, airports, fast speed images, broadband Internet, airplanes landing, people, space age rollerblading, dance, silver suits, airplanes taking off, flashy sneakers, space ships, fast speed, arms up, millions dancing, traffic, groovy astronauts, blips, clicks, cuts…
Welcome to the dizzying world of Underworld’s “Cowgirl” and Chemical Brothers’ “My Private Psychedelic Reel
 
Monday, November 10, 2003
  Discos Indispensaveis

Talking Heads - Remain in Light
Brian Eno / David Byrne - My Life in the Bush of Ghosts
David Bowie - Scary Monsters
The Grid - 456
Roxy Music - Flesh and Blood
The Beloved - Conscience
Joy Division - Closer
Sex Pistols - The Great Rock?n Roll Swindle
Prince - Sign of the Times
Massive Attack - Blue Lines
Adam and the Ants - Kings of the Wild Frontier
The Associates - Sulk
Billy Bragg - Don?t Try this at Home
Fad Gadget - Fireside Favourites
Leftfield - Leftism
David Bowie - The Rise and Fall of Ziggy Stardust
and the Spiders from Mars
Underworld - Dubnobassinmyheadman
Blondie - Parallel Lines
Simple Minds - New Gold Dream
Death in Vegas - Dead Elvis
The Beloved - X
Brian Eno / John Cale - Wrong Way Up
Setima Legiao - A Um Deus Desconhecido
Ultravox - Monument, the Soundtrack
Heaven 17 - Penthouse and Pavement
The The - Soul Mining
New Order - Movement
Radiohead - OK Computer
Lali Puna - Scary World Theory
Siouxie and the Banshees - JuJu
Nina Hagen Band - Nina Hagen Band
Carmel - The Drum is Everything
Propaganda - A Secret Wish
Kraftwek - Mensch Machine
Bryan Ferry - Taxi
The Creatures - Hybrids
Saint Etienne – Casino Classics
Echo and the Bunnymen - Heaven Up Here
Dub Pistols - Point Blank
Talking Heads - The Name of this Band is Talking Heads
Abc – The Lexicon of Love
Scritti Politti – Cupid & Psyche



 
Friday, November 07, 2003
  Embirrações

Portugal monocromático

Vem este título e texto que se segue a propósito de um comentário de Herman José. Num dos seus programas, olhando para os ténis de um jovem convidado afirmou o mesmo Herman que tinha uns iguais só que cor-de-laranja mas que só os usava em Ibiza.
Esta afirmação não seria digna de registo não fora a tacanhez que implica e choca por vir da boca de alguém que sob a capa do ousado esconde alguém extremamente conservador e que no fundo não ousa nada. Somos um povo cinzentão e por mais que a paisagem vá mudando, o que é facto é que nos falta uma certa individualidade. Portugal tem uma bandeira verde e vermelha mas não tem cor. O nosso parque automóvel é todo cinzento e preto. Os tailleurs das senhoras variam entre o cinzentinho e o beijezinho e os fatos dos senhores são azuis ou cinzentos e se combinarmos as cores temos assim uma palete cor-de-bolorento. As meninas andam um pouco mais ousadas mas chegam aos trinta e põem madeixas cinzentas no cabelo. Os rapazes não mudam de corte de cabelo há anos. Para ser mais representativo do sentimento nacional e da protoquequice reinante, mais valia pintarem a bandeira nacional de bordeaux e verde-garrafa, cores que vão sempre bem.
Podem contra-argumentar que Portugal tem cor sim senhor. De facto têm razão. Herman tem o cabelo de outra cor, louro, mas fica-lhe mal. Taveira usa profusamente o abcedário das cores mas o resultado é agressivo e os ranchos folclóricos são muito coloridos mas só very typical, exemplos que não abonam muito em nome do bom gosto.
Que saudades do António Variações!!
 
World Vision

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