Abaixo a poluição visual No seguimento da péssima ideia que foi colocar uns autocolantes, ou coisa que o valha, a preto e branco a avisar que o Tabaco Mata e por aí fora nos maços de tabaco, a minha sugestão vai, já agora, para a colocação de uns faixas necrológicas semelhantes nos automóveis, centrais nucleares, motorizadas da PSP, autocarros, poços de petróleo e gasolineiras, bem como na entrada e saída do futuro túnel do Marquês de Pombal a avisar que os Escapes Matam, Destroem a Camada do Ozono, etc…
Trata-se de uma campanha hipócrita que terá começado no país que mais polui, os Estados Unidos da América, e cujo objectivo mais não é do que desviar a nossa atenção de outras fontes de poluição igualmente graves (vide petróleo). E o que mais choca é que toda esta campanha não tem por base o desejo altruísta dos governos em querer melhorar a saúde das populações mas sim gastar menos a tratar-nos da saúde.
O governo anda a querer tratar-nos da saúde e com isso está a dar cabo do canastro da nossa liberdade individual
The Big Music I have heard the big music
And I'll never be the same
Something so pure
Hey!
Just called my name
I have drowned in the big sea
Now I find I'm still alive
And I'm comin' up for ever
Hey!
Shadows all behind me
Ecstasy to come
I have
Climbed the big tree
Touched the big sky
I just stuck my hand up in the air
And everything came into colour
Like Jazz Manna
from sweet sweet chariots
I have seen the big mountain
And I swear I'm half way there
(You'll never get there, you'll never get there,
You'll never get there)
But I will
I will always climb the mountain
Because
I have heard the big music
And I'll never be the same
Something so pure
Hey!
Has called
My
Name!
The Beach –Banda Sonora O filme mais não é do que mero entretenimento para uma preguiçosa tarde de sábado, mas no que toca a música, as coisas mudam de figura. A música cumpre assim o que o filme prometia com todo o alarde à sua volta – uma experiência holística uma viagem transcendental pelos sentidos e por belezas naturais e virgens. Os temas que melhor cumprem este propósito são “Ball” dos Underworld, um crescendo chill out que vai de repente arrepiando a espinha e nos vai fazendo gradualmente levantar da cadeira, abrir os braços e balançar com o vento e uma linha do baixo que não sai da cabeça. À medida que decorre a sensação de querer levantar voo aumenta e a felicidade e a alegria instalam-se, como a canção sugere – Feel Happy Today.
“Spinning Away”, tocado aqui por Sugar Ray mas um tema da autoria de Brian Eno/John Cale para o álbum “Wrong Way Up” é isso, é subir a uma montanha, mais uma vez abrindo os braços, inspirando a brisa do mar, pegando no bloco de notas e transpondo para um papel a felicidade do momento, deixando-a sair depois. É o rodopiar como pastores ingénuos num verde de montanha. Se não estiver apaixonado na altura, ouça Spinning Away e algo lhe acontecerá ou pode, um pouco como diz o Zeca Baleiro, sair por aí a dar beijinhos à vizinha, oferecer o almoço ao polícia, levar flores à senhora dos correios e oferecer uma camisa havaiana colorida ao seu chefe.
De “Porcelain” do Moby já tudo foi dito e a música mais do que ouvida. Decididamente, este carequinha simpático é mestre da sensibilidade, do soul, extraindo o melhor que a electrónica tem para construir deliciosas paisagens sonoras. Quando forem para uma ilha levem o vosso livro favorito, a namorada ideal e em vez do leitor de CD levem o Moby, dêem-lhe sete instrumentos e deixem que faça ali a banda sonora da vossa lua-de-mel ou o que quer que seja.
“Yeke Yeke” de Mory Kante (aqui numa Hard Floor Mix com um baixo com a pujança que falta na versão original) é a sobremesa ideal para um jantar bem regado. Se ainda estiverem na tal ilha convidem os nativos da tribo mais próxima, dancem até cair, exorcizem os espíritos e seja o que Deus quiser.
“Voices” de Dário G é o encontro com a ingenuidade das vozes, a banda sonora para a recordação das viagens pelo mar esmeralda, dos regatos frios de água saltitante pela montanha abaixo.
O disco conta ainda com pérolas dos Leftfield, Faithless, Asian Dub Foundation, Unkle....
O melhor é mesmo ouvir todo o disco pois nunca uma banda sonora transmitiu o que as imagens se propunham fazer. Danny Boyle falhou de certo modo com este filme mas uma coisa ninguém lhe pode tirar – a capacidade de reunir excelentes temas Pop dos nossos dias para as bandas sonoras dos seus filmes.